Aneurisma de Ventrículo Esquerdo

Cardiovascular

Procedimento: Aneurisma de Ventrículo Esquerdo

Aneurisma de Ventrículo Esquerdo

O Aneurisma de Ventrículo ou Aneurisma Cardíaco é sequela grave de Infarto do Miocárdio e pode necessitar de cirurgia. O sintoma mais frequente é dispnéia, cansaço aos esforços, mas outros sintomas de Insuficiência Cardíaca podem estar presentes, como edema de membros inferiores, inchaço. Arritmias e dores no peito (Angina) são frequentes. Pacientes sintomáticos têm mortalidade aumentada e devem procurar o cirurgião cardíaco.

 

Algumas vezes vem laudado como discinesia de parede anterior, movimento discinético ou discinesia anterior, em exames como ecocardiografia, cateterismo cardíaco e ressonância magnética. A sua frequência é alta e surge em 10 a 30% dos pacientes que apresentam Infarto do Miocárdio. Os infartos de ADA proximal cursam com frequência com aneurisma. O Eletrocardiograma apresenta suspeita com a típica corrente de lesão persistente em parede anterior ou levanta a suspeita com a presença de área inativa em parede anterior.

 

A ressonância magnética do coração é o melhor exame para avaliar o Aneurisma de Ventrículo. Ecocardiograma e cateterismo cardíaco também podem dar o diagnóstico. Entretando, na maioria das vezes, o laudo não é claro e não apresenta os termos discinesia ou Aneurisma de Ventrículo. Cabe ao médico especialista cardiologista ou cirurgião cardiovascular saber interpretar as imagens, observando o movimento paradoxal da parede aneurismática, e concluir que ali existe um aneurisma.

 

São altamente sugestivos de Aneurisma de Ventrículo Esquerdos as expressões mencionadas na ressonância magnética ou ecocardiograma: afilamento de parede, necrose transmural, acinesia extensa, acinesia anterior extensa ou acinesia anterolateral. Esses termos devem levantar a suspeição.

Pacientes com os marca-passos e desfibriladores implantáveis (CDI) de modelos mais recentes podem realizar ressonância magnética cardíaca desde que os aparelhos sejam programados antes para o modo assíncrono.

 

A cirurgia do Aneurisma de Ventrículo está indicada em cinco situações:

 

    • Dor no peito ou angina;

    • Insuficiência cardíaca ou cansaço;

    • Arritmias ventriculares frequentes;

    • Isquemias e eventos cardioembólicos como, por exemplo, AVCs, isquemias de membros inferiores ou de órgãos abdominais;

    • Quando o paciente for realizar outro procedimento cardíaco como Revascularização do Miocárdio, cirurgia valvar etc.

 

A cirurgia constitui em retirar essa área de cicatriz extensa do funcionamento do coração, permitindo que a contração seja feita com uma nova cavidade ventricular circundada por músculo eficiente. Transforma-se uma cavidade ventricular ineficiente que tem parte do seu bombeamento roubado para o aneurisma em uma nova cavidade totalmente eficaz e contrátil, sem áreas ineficientes. Durante a cirurgia, é frequente (97%) a revascularização do miocárdio, ou seja, fazer pontes para as demais coronárias obstruídas. O momento ideal de operar um aneurisma de ventrículo é de pelo menos 30 dias (um mês) após infarto que o provocou, para que dê tempo de o tecido infartado ficar mais fibrótico e resistente e sustentar bem a sutura.

 

A técnica que nossa equipe utiliza é a Endoventriculoplastia à Dor, descrita em 1989, mas com modificações modernas sugeridas pelos estudos STICH (redução máxima da cavidade ventricular) e pelos conceitos mais atuais de preservação miocárdica (evitar isquemia e pinçamento aórtico). A cirurgia é realizada por esternotomia mediana e circulação extracorpórea. Nossa equipe a realiza em normotermia sem isquemia, sem pinçamento aórtico, o que praticamente elimina o uso de balão intraaórtico e a incidência de baixo débito cardíaco no pós-operatório. A maioria dos pacientes (97%) necessitam de revascularização do miocárdio que é realizada no mesmo tempo cirúrgico. Nossa equipe aproveita a estabilidade da circulação extracorpórea (CEC) e fazemos a revascularização sem isquemia/ pinçamento aórtico, utilizando um estabilizador de coronárias com CEC assistida. Embora o território da ADA tenha necrosado e formado o aneurisma, nossa equipe sempre revasculariza a ADA se ela for pérvia pela perfusão que suas colaterais podem promover nas zonas de penumbra ou peri-infarto.

 

O Aneurisma de Ventrículo ou Aneurisma Cardíaco é sequela grave de Infarto do Miocárdio e pode necessitar de cirurgia

 

A cirurgia do Aneurisma de Ventrículo diminui o tamanho do coração dilatado, melhora a contratilidade dele, praticamente elimina a formação de trombos cardíacos, cria uma barreira fibrótica isolando os focos arritmogênicos, e melhora a performance cardíaca, aumentando a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). Os pacientes melhoram, em geral, dois tipos funcionais de Insuficiência Cardíaca. Evita o transplante cardíaco em muitos casos. O tempo de internação previsto é sete dias, sendo 3 dias de UTI e mais 4 dias de enfermaria. A mortalidade operatória, com as modernas mudanças, gira ao redor de 7,5% e o uso de balão intraaórtico é raro.

 

Consulte sempre um cirurgião cardíaco.

 

 

A cirurgia constitui em retirar essas áreas de cicatriz extensa do funcionamento do coração, permitindo que a contração seja feita apenas com musculo eficiente

 

 

Bibliografia recomendada:

    1. Endoventricular patch reconstruction of ischemic failing ventricle. A single center with 20 years experience. Advantages of magnetic resonance imaging assessment. Dor V., Sabatier M., Montiglio F., Civaia F., Di Donato M. Heart Failure Reviews 2005 9:4 (269-286);

 

    2. Bonow RO, Maurer G, Lee KL, Holly TA, Binkley PF, Desvigne-Nickens P, Drozdz J, Farsky PS, Feldman AM, Doenst T, Michler RE, Berman DS, Nicolau JC, Pellikka PA, Wrobel K, Alotti N, Asch FM, Favaloro LE, She L, Velazquez EJ, Jones RH, Panza JA; STICH Trial Investigators. Myocardial viability and survival in ischemic left ventricular dysfunction. N Engl J Med 2011;364: 1617–1625.

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