Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

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Flebologia: Entenda o que é, doenças relacionadas e os tratamentos.

Flebologia: Entenda o que é, doenças relacionadas e os tratamentos.

Como posso saber se tenho problemas vasculares?

A Flebologia é um ramo da medicina que se ocupa de estudar as veias e prevenir, diagnosticar e tratar as doenças venosas. Em alguns países, ela não chega a ser reconhecida como uma especialidade médica independente e quem se ocupa dessas tarefas geralmente é o angiologista.

 

Para melhor se compreender esse ponto, é necessário entender que a angiologia é, na verdade, uma medicina vascular, em que o especialista cuida dos vasos circulatórios de um modo geral, e que compreende três áreas distintas:

 

    • a Arteriologia, referente às artérias;

    • a Flebologia, que cuida das veias;

    • e a Linfologia, concernente aos vasos e à circulação linfática.

 

Embora em muitos lugares a Flebologia seja considerada apenas uma subespecialidade médica dedicada aos distúrbios das veias, a Associação Médica Americana adicionou a Flebologia à sua lista de especialidades médicas.

 

No Brasil, a Associação Brasileira de Flebologia e Linfologia (ABFL) foi fundada em 1988 e, desde então, certifica os médicos especialistas. Afinal, o surgimento de uma profusão de novas técnicas passou a exigir do médico novas e específicas habilidades e conhecimentos que constituem em si um campo consistente e autônomo de saber.

 

 

Quais são as características clínicas das principais doenças tratadas?

 

Varizes:

 

Até 30% da população sofre de varizes ou de suas complicações. Os sintomas incluem sensação de peso nas pernas, dor, queimação, picadas, latejamento, inchaço, cãibras nas pernas e inquietação.

 

 

Úlceras de perna:

 

A presença de uma erupção cutânea na perna, pequenas veias azuis nos pés, descoloração da pele da perna, pigmentação e cicatrizes são geralmente devidas a problemas avançados nas veias. Se não forem tratados, podem predispor a úlceras nas pernas de difícil tratamento. A prevenção pode ser alcançada tratando as veias anormais antes que as úlceras se desenvolvam.

 

 

Trombose venosa profunda:

 

Coágulos sanguíneos podem se formar nas veias profundas, causando trombose venosa profunda. Um coágulo pode se deslocar para os pulmões, causando embolia pulmonar, que é uma condição com risco de vida. A trombose venosa profunda pode ocorrer espontaneamente devido a distúrbios de coagulação hereditários, após viagens de longa distância, após uma operação, como manifestação de um câncer subjacente e em condições em que o paciente fica muito tempo acamado.

 

 

Trombofletite:

 

A tromboflebite é uma inflamação de uma ou mais veias causada por um coágulo sanguíneo, pequenos trombos que, ao se deslocarem pela circulação sanguínea, causam o quadro inflamatório. Normalmente, a tromboflebite ocorre em veias dos membros inferiores, sendo rara em veias dos braços ou do pescoço. Embora a tromboflebite apareça depois de um trauma no corpo que lesiona um vaso, como uma batida na perna, por exemplo, a formação de coágulos de sangue, entretanto, também pode ocorrer de forma espontânea, o que pode significar algum problema de saúde mais grave.

 

 

Telangiectasias:

 

A telangiectasia, também chamada popularmente de “vasinhos”, é o nome médico utilizado para designar vasos sanguíneos que ficam logo abaixo da pele, com menos de um milímetro de espessura. É uma condição na qual as vênulas (pequenos vasos sanguíneos) dilatadas causam linhas ou marcas vermelhas na pele, semelhantes a fios. As telangiectasias formam-se gradualmente em aglomerados e são conhecidas como “teias de aranha” por causa de sua aparência fina e semelhante a uma teia.

 

 

Malformações venosas:

 

Uma malformação venosa é uma lesão resultante de veias que se formam de maneira anormal. Elas podem ser vistas na pele, mas também podem estar presentes nos músculos, ossos ou órgãos, inclusive no cérebro. Variam em tamanho, desde pontos do tamanho de uma cabeça de alfinete até grandes lesões com muitos centímetros de diâmetro. Podem ser uma lesão única ou serem várias.

 

Embora a causa exata seja desconhecida, sabe-se que há mutações nos genes responsáveis ​​pelas malformações. Existem várias doenças e condições que envolvem malformações venosas, mas elas são, em grande parte, muito mais um problema estético que clínico, embora também possam causar complicações. As malformações muito pequenas podem ser removidas com laser, mas a maioria requer tratamento com a remoção cirúrgica ou escleroterapia (injeção direta na malformação para esclerosar e encolher a formação venosa anormal e reduzir o tamanho e a aparência dela).

 

 

Novas técnicas de tratamento em Flebologia

 

O manejo da patologia venosa tem sido revolucionado pelos avanços tecnológicos. A doença venosa agora é gerenciada com uma ampla variedade de técnicas que permitem coletivamente aos médicos diagnosticar e tratar problemas venosos de maneira que poucos cirurgiões vasculares teriam previsto até uma década atrás.

 

Entre outras, as novas técnicas incluem:

 

    • ablação a laser;

    • ablação por radiofrequência;

    • ablação química (escleroterapia);

    • ligadura alta com ou sem decapagem (remoção);

    • flebectomia ambulatorial;

    • flebectomia motorizada;

    • cirurgia endoscópica;

    • venografia tridimensional;

    • e ultrassonografia intravascular.

 

As técnicas diagnósticas normalmente utilizadas incluem técnicas de imagem venosa, em especial ultrassonografia vascular, e avaliação laboratorial relacionada ao tromboembolismo venoso.

 

A ultrassonografia guiada por ultrassom fornece uma alternativa não invasiva, eficiente e eficaz à cirurgia de veias. A escleroterapia guiada por cateter é uma variação da sonografia guiada por ultrassom.

 

A ablação (remoção) endovenosa de coágulos a laser é um novo método de tratamento de grandes veias. Essa técnica ganhou popularidade rapidamente devido à sua simplicidade e eficácia. Ela é realizada sob orientação de ultrassom e requer apenas anestesia local.

 

Outras técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e menos traumáticas têm contribuído para um manejo mais eficaz das varizes. Para tratar veias cosméticas menores, realiza-se microescleroterapia e terapia vascular a laser.

 

Os avanços na genética, biologia molecular e novos métodos de teste aumentaram a capacidade para investigar, diagnosticar e gerenciar com precisão os distúrbios de coagulação. Usando técnicas modernas avançadas, pode-se gerenciar e tratar ativamente o linfedema e outras formas de doença linfática.

 

 

Fonte: AbcMed. "Flebologia". Conteúdo editado. Publicação autorizada sob licença do AbcMed.

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.