A pressão arterial, ou pressão sanguínea, é a pressão que o sangue exerce contra as paredes das artérias. Ela depende da força que a sístole e a diástole do coração exercem sobre o fluxo sanguíneo e das resistências que se opõem a ele, representadas sobretudo pela rede arterial. A pressão arterial varia ritmicamente, desde uma pressão máxima, que ocorre quando o coração se contrai, dita também pressão sistólica, até uma pressão mínima, que ocorre quando ele se dilata, chamada pressão diastólica.
Outros fatores influenciam os valores da pressão arterial, como o volume de sangue circulante e a capacidade das artérias de dilatarem ou contraírem. Deve-se levar em conta, ainda, que em vista dessa mecânica o sistema circulatório aumenta e diminui alternativamente sua capacidade de conter o volume de sangue, o que faz variar a pressão sobre as paredes das artérias.
Como interpretar os valores da pressão arterial?
A pressão arterial pode elevar-se além dos limites normais ou cair abaixo deles em razão de variações do volume de sangue circulante, do estado de contratilidade das artérias ou de doenças que afetam o coração. Ela também pode variar por razões fisiológicas, como o estado emocional, o exercício, a dor, o frio e o calor, por exemplo.
Idealmente, a pressão máxima medida pelo “aparelho de pressão” (esfigmomanômetro) deve ser de 120 mmHg e a pressão mínima deve corresponder a 80 mmHg (12 por 8). Esses valores são médias ideais, mas medidas até 140/90 mmHg podem ser consideradas normais.
As artérias são programadas para trabalhar dentro desses valores e quando submetidas por longo período de tempo a níveis mais elevados, começam a sofrer graves lesões. A pressão arterial excessiva também aumenta o trabalho do coração, que precisa bombear o sangue contra uma resistência maior e ele, então, começa a dilatar, podendo levar à insuficiência cardíaca.
A pressão arterial normal é aquela na qual as artérias não ficam submetidas a uma força estressante e o coração não fica sobrecarregado.
Outros valores podem ser classificados assim:
• Hipotensão: pressão sistólica abaixo de 120 mmHg e pressão diastólica abaixo de 80 mmHg.
• Pré-hipertensão: pressão sistólica entre 120 e 139 mmHg ou pressão diastólica entre 80 e 89 mmHg.
• Hipertensão estágio 1: pressão sistólica entre 140 e 159 mmHg ou pressão diastólica entre 90 e 99 mmHg.
• Hipertensão estágio 2: pressão sistólica acima de 160 mmHg ou pressão diastólica acima de 100 mmHg.
• Crise hipertensiva: pressão sistólica acima de 180 mmHg ou pressão diastólica acima de 110 mmHg.
Nas crianças, a definição dos valores da pressão arterial é mais complexa, pois depende do percentil em que eles se encontram. Existem tabelas com os valores de pressão arterial aceitáveis de acordo com percentil de idade, sexo e altura da criança.
Qual é o mecanismo fisiológico da hipertensão arterial?
A pressão arterial é levemente maior que a pressão atmosférica e é isso que faz com que os vasos sanguíneos não colapsem. Na maioria das vezes, a pressão arterial sobe devido a um estreitamento da luz arterial, seja pela ação vasoconstritora de medicamentos ou substâncias químicas, seja pela deposição de placas ateromatosas no interior das artérias ou por diminuição da sua contratilidade. Em alguns casos, o aumento do líquido circulante, como nos casos da retenção pelo sal, por exemplo, faz aumentar a pressão arterial. Muitas vezes, a hipertensão arterial também se deve a causas hereditárias.
Quais são os sintomas da hipertensão arterial?
A hipertensão arterial (pressão alta) permanece assintomática até fases muito avançadas e mesmo nestas fases não existe um sintoma típico que possa servir de alarme. Não existe nenhuma maneira de detectar uma pressão arterial elevada a não ser medindo-a através de um “aparelho de pressão”.
As pessoas adultas sadias devem medir sua pressão arterial pelo menos uma vez a cada um ou dois anos, mas se for obesa, fumante, diabética ou se tiver história familiar de hipertensão, deve medi-la pelo menos duas vezes por ano. As pessoas hipertensas devem medir a pressão arterial pelo menos uma vez por semana para saber se ela está controlada ou não.
Os primeiros sintomas e sinais de uma pressão arterial elevada podem variar desde uma simples fadiga ou dor de cabeça até ocorrências graves, como um acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou dilatação do coração, etc. Tais sintomas e complicações são mais comuns naqueles casos em que a pressão arterial é permanentemente alta, mas ela pode apresentar apenas aumentos transitórios, induzidos por medicação ou por picos hipertensivos leves ou graves, assintomáticos ou não, partindo de uma pressão normal ou já elevada, sem maiores consequências ou com efeitos muito significativos.
Alguns sintomas habitualmente não levados em conta, mas que podem ser devidos à hipertensão arterial são: dificuldade em adormecer e dormir durante toda a noite, sono agitado, irritabilidade, inquietação, zumbidos nos ouvidos, tonturas, flutuações de humor, disfunção erétil, falta de ar, dor ou aperto no peito e arritmias cardíacas.
Como o médico trata a hipertensão arterial?
A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada por meio de medicações apropriadas quando indicadas. Além das medicações, um estilo de vida saudável é fundamental para controlar os fatores ambientais que ajudam a aumentar a pressão arterial. Ter uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar a ingestão excessiva de sal, combater o sedentarismo e a obesidade, evitar o álcool e o cigarro colaboram para a redução da pressão arterial. O objetivo do tratamento é reduzir a pressão sistólica para valores inferiores a 140 mmHg e a pressão diastólica para valores abaixo de 90 mmHg.
Fonte: ABCMED, 2017. "Sintomas da hipertensão arterial". https://goo.gl/giJFNx