Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

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Como fazer curativos que potencializam a cicatrização?

Como fazer curativos que potencializam a cicatrização?

A cicatrização necessita de um ambiente estéril para reduzir o risco de infecção.

Os curativos são tratamentos destinados a promover ou facilitar a cicatrização de feridas ou cortes na pele, que consistem em uma compressa médica esterilizada, embebida ou não de medicamentos cicatrizantes e mantida no local por esparadrapo. Algumas feridas não devem receber cobertura para ficarem mais diretamente expostas ao ar ambiente, por isso os curativos devem ter indicação médica para serem feitos.

 

Um curativo deve ser diferenciado de uma bandagem, porque um curativo é projetado para estar em contato direto com a ferida, enquanto uma bandagem é mais usada para prender um curativo no lugar, embora muitos curativos modernos sejam autoadesivos.

 

Um curativo pode ter várias finalidades, dependendo do tipo, gravidade e posição da ferida, no entanto, todas as finalidades estão focadas em promover a recuperação e proteger a pessoa de novos danos. Os principais propósitos de um curativo são:

 

    • Ajudar a selar a ferida para agilizar o processo de coagulação;
    • Proteger a ferida contra germes e danos mecânicos;
    • Absorver os exsudatos produzidos pela ferida;
    • Diminuir a dor;
    • Prevenir novos traumas;
    • Debridar a ferida (remover partes estranhas ou mortas da ferida para acelerar sua cura;
    • Impedir a visão às vezes desagradável da ferida por parte do paciente e de outras pessoas.

 

Em última análise, o objetivo de um curativo é promover a cicatrização da ferida, proporcionando um ambiente estéril, respirável e úmido que facilite a granulação e a epitelização. Isso reduzirá o risco de infecção, ajudará a cicatrizar a ferida mais rapidamente e reduzirá as cicatrizes.

 

Quais são os tipos de curativos existentes?

 

Os curativos modernos incluem gaze (seca ou impregnada de medicação), películas plásticas, geis, espumas, hidrocoloides, alginatos, hidrogeis, pastas polissacarídicas, grânulos e contas. Todos eles fornecem diferentes recursos físicos adequados para o tratamento das diferentes feridas. Entre eles:

 

    1. Curativos com gazes secas, para absorver os exsudatos e regular o nível de umidade da ferida;
    2. Curativos que permitam permeabilidade e permuta de gases, especialmente de oxigênio e vapor de água;
    3. Curativos que ajudam a manter a temperatura ideal para estimular a cura.

 

Os curativos também podem regular o ambiente químico de uma ferida, com o objetivo de prevenir a infecção pelo uso de produtos químicos antissépticos tópicos. Os antibióticos também são usados para prevenir infecções bacterianas. O mel medicinal é outra opção antisséptica. Há evidências de que ele seja mais eficaz do que o antisséptico comum e a gaze para curar feridas pós-operatórias infectadas. Curativos bioelétricos podem ser eficazes no ataque a certas bactérias resistentes a antibióticos e em acelerar o processo de cicatrização. Os curativos também são frequentemente impregnados com analgésicos para reduzir a dor.

 

As características físicas de um curativo podem afetar a eficácia de medicações tópicas. Assim, curativos oclusivos, feitos de substâncias impermeáveis à umidade, como plástico ou látex, podem ser usados para aumentar sua taxa de absorção na pele. Os curativos são muitas vezes fixados no local com fita adesiva e/ou bandagem. Muitos curativos hoje já são produzidos como uma "ilha" cercada por um adesivo, para aplicação imediata na pele.

 

De acordo com a natureza, localização e tamanho da ferida os curativos podem ser:

 

    • Oclusivos: quando não permitem a entrada de ar ou de fluidos e impedem a perda de fluidos, promovendo isolamento térmico e vedando a ferida.
    • Semi-oclusivos: quando absorvem o exsudato produzido pela ferida e isola-o para que a pele adjacente saudável não sofra seus efeitos.
    • Compressivos: quando se deseja reduzir o fluxo sanguíneo no local e promover uma eventual estase. Frequentemente serve também para ajudar na

       aproximação das bordas da ferida, facilitando a cicatrização.
    • Abertos: realizados em ferimentos que precisam ser deixados expostos.

 

Cuidados a serem observados ao fazer um curativo:

 

      1. Separar e preparar com antecedência todo o material necessário, mantendo-o ao alcance da mão;
      2. Utilizar sempre material esterilizado e verificar se a esterilização foi feita corretamente;
      3. Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;
      4. Usar luvas em todos os curativos e, além delas, máscara e óculos;
      5. Deixar o mínimo possível a ferida e o material a ser utilizado abertos, exceto nos curativos do tipo "aberto";
      6. Fazer os curativos com pinças assépticas;
      7. Se as gazes estiverem aderidas à ferida, elas devem ser umedecidas antes de serem retiradas;
      8. Não tossir e, de preferência, nem falar, sobre a ferida ou sobre o material estéril;
      9. Se houver mais de uma ferida, o curativo deve ser iniciado por aquela que esteja menos contaminada;
    10. Ao embeber a gaze com soluções, manter a ponta da pinça voltada para baixo;
    11. Os curativos maiores devem ser realizados no leito, com o paciente deitado;
    12. Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa ou carrinho de curativo, o qual deve passar por uma desinfecção após cada uso;
    13. As ataduras, se necessárias, devem sem aplicadas no sentido da circulação venosa e com o cuidado de não apertá-las em demasia.

 

 

Fonte: ABCMED, 2018. "Curativos - alguns detalhes importantes para fazer um curativo melhor". https://bit.ly/2lDzVYX

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.