Uma droga farmacêutica, referida como medicamento, pode ser definida como uma substância que é usada para tratar, prevenir ou diagnosticar uma doença. Inicialmente, essas drogas eram obtidas pela extração de plantas medicinais, mas mais recentemente são sintetizadas a partir de precursores orgânicos.
A forma farmacêutica é o estado final que assumem as substâncias ativas depois de serem submetidas às manipulações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o efeito terapêutico desejado. As drogas terapêuticas podem estar sob a forma sólida, líquida ou gasosa.
Cada forma farmacêutica tem certas vantagens em termos de eficácia, facilidade de uso e segurança. As diversas formas terapêuticas existentes são planejadas para facilitar a administração da medicação, garantir a precisão da dose, proteger a substância durante seu percurso pelo organismo, garantir a presença do princípio ativo no local de ação, facilitar a ingestão da substância ativa e proteger o medicamento de condições que poderiam alterá-lo, como umidade, sensibilidade à luz, temperatura ou ao ar ambiente.
Elas servem também para facilitar a administração de medicamentos a faixas etárias diferentes ou em condições especiais, como crianças e pacientes semiconscientes ou que tenham dificuldades de deglutir.
Quais são as formas farmacêuticas mais comuns de medicações?
As formas sólidas podem ser divididas, entre outras, em comprimidos, drágeas, cápsulas, supositórios e óvulos. As formas líquidas principais são soluções, xaropes e extratos fluidos. As formas gasosas têm menor importância no contexto geral, porque são menos frequentemente empregadas, embora sejam vitais, em certas circunstâncias.
Há algumas formas principais muito utilizadas de administrar substâncias sólidas:
1. Os comprimidos são compostos por diversos “pós” que consistem no princípio ativo do medicamento, aos quais é adicionado um pó inerte, incorporado como excipiente, visando dar ao comprimido o volume e a forma desejáveis. Os comprimidos podem ser apresentados sob diversas formas:
• comprimidos de revestimento entérico;
• comprimidos sublinguais;
• comprimidos efervescentes;
• comprimidos mastigáveis;
• comprimido de ação lenta ou prolongada.
Normalmente, os comprimidos devem ser ingeridos com água que os conduza até o estômago.
2. As drágeas são comprimidos revestidos por camadas rígidas constituídas por misturas de substâncias diversas, visando melhorar a deglutição, a aparência física e mascarar o sabor do medicamento. As drágeas são uma espécie de “comprimidos super-resistentes”, porque no centro delas está um comprimido, revestido por uma camada rígida, que serve para proteger o produto ativo do suco gástrico, dar cor ao produto e, em alguns casos, disfarçar o sabor desagradável.
3. As cápsulas são recipientes formando um envoltório gelatinoso, contendo a substância terapêutica (sólida ou líquida) e os excipientes. As cápsulas se rompem no trato digestivo e permitem uma rápida absorção da medicação contida nelas. Em geral, elas são usadas para mascarar o sabor desagradável do medicamento. Em alguns casos específicos a cápsula pode ser aberta e o conteúdo dela pode ser administrado na forma de pó ou líquido. Isto, porém, só deve ser feito por indicação médica ou farmacêutica, porque muitas não podem ser abertas, quebradas ou trituradas, pois o medicamento pode ser agressivo às mucosas, perder seu efeito ou ter sabor muito desagradável.
4. Supositórios são formas farmacêuticas de tamanhos e formatos variados, mas adaptados para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral. Usualmente eles se dissolvem quando em contato com a temperatura do corpo. São utilizados em casos de pacientes com vômitos ou que não engolem o medicamento e para medicamentos que se degradariam no ácido estomacal.
5. Os óvulos são um tipo de supositório vaginal, de formato usualmente, ovoide. Os óvulos também se dissolvem na temperatura do corpo.
As formas líquidas principais são:
1. Soluções orais, que são preparações líquidas homogêneas e estéreis (sem a presença de microrganismos), contendo um ou mais princípios ativos, diluídos em solventes adequados. Às soluções podem ser adicionadas substâncias que emprestam à medicação aspecto e sabor mais agradáveis.
2. O xarope é uma forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% de sacarose ou outros açúcares na sua composição, e contêm uma ou mais substâncias químicas. O xarope é usado principalmente para veicular substâncias com sabor muito desagradável e também para pacientes que tenham dificuldade de deglutir comprimidos (crianças e idosos, por exemplo).
3. A emulsão é uma solução que contém pequenas partículas de um líquido dispersas em outro líquido. Elas envolvem a dispersão de água em óleo. É necessário agitar antes de administrar.
4. As suspensões são preparações em que as substâncias químicas não estão totalmente dissolvidas no meio líquido. Geralmente têm baixa capacidade de dissolução, por isso depositam-se no fundo do recipiente.
5. Um extrato é obtido da extração de vegetais ou animais. Muitas vezes, ao extrato fluido podem ser adicionados conservantes e inibidores do crescimento microbiano.
As formas gasosas são utilizadas em vários medicamentos e cosméticos, podendo ser soluções associadas a gases. Antigamente o gás mais utilizado era o CFC (clorofluorcarbono), no entanto, ele foi substituído atualmente pelos hidrocarbonetos, menos tóxicos.
Além dessas, existem também formas semilíquidas ou semisólidas muito comuns, como as pomadas ou unguentos, as pastas, os cremes e os geis e também inúmeras outras formas, menos usuais, como as tinturas, elixires, cataplasmas, colutórios, enema ou clister, aerossois, sprays, vaporizações, fumigações, ampolas, etc.
Fonte: AbcMed, 2018. "Formas farmacêuticas de medicações". https://bit.ly/2JupFjh