Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

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Qual a função de um marcapasso cardíaco provisório?

Qual a função de um marcapasso cardíaco provisório?

O marcapasso provisório é indicado em situações de emergência, nas bradiarritmias e em suporte terapêutico.

Quando o nosso coração decide seguir o seu próprio ritmo, pode ser um sinal de problema. Um marcapasso cardíaco provisório é uma ferramenta médica crucial nesses momentos, ajudando a regular o ritmo cardíaco de maneira temporária.

 

São usados quando um paciente enfrenta distúrbios graves de ritmo cardíaco, como bloqueio cardíaco completo ou bradicardia extrema. Eles garantem que o coração continue batendo regularmente até que uma solução permanente possa ser implementada.

 

Assista a série de vídeos sobre Marcapassos:

    · Minha Vida com um Marcapasso - 1ª. temporada;

    · Minha Vida com um Marcapasso - 2ª. temporada;

    · Minha Vida com um Marcapasso - 3ª. temporada.

 

 

• O Coração: Uma orquestra incansável:

 

O nosso coração é a orquestra incansável do nosso corpo, bombeando sangue para manter tudo funcionando perfeitamente. O coração tem seu próprio sistema elétrico interno que controla as batidas. No entanto, às vezes, esse maestro natural se desequilibra e nos deixa em um compasso errático. É aí que entra o marcapasso cardíaco provisório.

 

 

• Quando é necessário um Marcapasso Cardíaco Provisório?

 

Essa é uma questão fundamental. Nem todo mundo precisa de um marcapasso cardíaco provisório. Aqui estão algumas situações em que ele pode ser necessário:

 

    › Cirurgias Cardíacas: após uma cirurgia cardíaca, o coração pode precisar de ajuda temporária para retomar seu ritmo normal;

 

    › Arritmias Cardíacas: quando o coração está batendo em um ritmo anormal, um marcapasso provisório pode ser usado para corrigir isso;

 

    › Bloqueio Cardíaco: quando o sinal elétrico entre as câmaras do coração está bloqueado, um marcapasso provisório pode ser a solução.

 

 

• Como funciona um Marcapasso Cardíaco Provisório?

 

    › Eletrodos e estimulação elétrica: o marcapasso é composto por eletrodos inseridos no coração e um gerador de pulsos elétricos. Os eletrodos enviam impulsos elétricos para o coração, ditando o ritmo das batidas;

 

    › Ajustável e monitorado: os médicos podem ajustar a taxa e a força dos impulsos elétricos conforme necessário, garantindo que o ritmo cardíaco seja o ideal.

 

 

• O Procedimento de inserção:

 

    › Local de inserção: geralmente, os eletrodos são inseridos por meio de uma veia, com o dispositivo sendo colocado no peito ou no abdômen;

 

    › Anestesia local: o procedimento é geralmente feito sob anestesia local para garantir que o paciente fique confortável;

 

 

• As diferentes técnicas de inserção:

 

Quando se trata de inserir um marcapasso cardíaco provisório, existem várias técnicas disponíveis, cada uma adequada a diferentes situações e necessidades clínicas.

 

1. Marcapasso Transcutâneo: uma das técnicas mais comuns de inserção de marcapassos cardíacos provisórios é o marcapasso transcutâneo. Nesse procedimento, eletrodos são colocados na superfície da pele do paciente, e uma corrente elétrica é aplicada para estimular o coração a bater no ritmo apropriado. É uma técnica relativamente simples e eficaz, adequada para emergências.

 

    › Vantagens do Marcapasso Transcutâneo:

 

        · Rápida aplicação;

        · É possível fazer na beira do leito;

        · Não é invasivo.

 

    › Limitações do Marcapasso Transcutâneo:

 

        · Não é apropriado para uso a longo prazo;

        · Requer sedação em alguns casos.

 

2. Marcapasso Transvenoso: envolve a inserção de um cateter no sistema venoso do paciente, geralmente por meio de uma veia subclávia ou jugular. O cateter é colocado próximo ao nó atrioventricular para controlar o ritmo cardíaco. Essa técnica é mais invasiva que a transcutânea, mas pode ser usada por períodos mais longos.

 

    › Vantagens do Marcapasso Transvenoso:

 

        · Adequado para uso prolongado;

        · Controle mais preciso do ritmo cardíaco.

 

    › Limitações do Marcapasso Transvenoso:

 

        · Procedimento mais invasivo;

        · Risco de complicações, como infecção.

 

3. Marcapasso Epicárdico: envolve a colocação de eletrodos diretamente na superfície do coração, geralmente durante uma cirurgia cardíaca. Essa técnica é usada quando é necessário um controle extremamente preciso do ritmo cardíaco, especialmente em casos de cirurgia cardíaca.

 

    › Vantagens do Marcapasso Epicárdico:

 

        · Controle preciso;

        · Usado em cirurgia cardíaca.

 

    › Limitações do Marcapasso Epicárdico:

 

        · Altamente invasivo;

        · Requer cirurgia.

 

4. Marcapasso Transtorácico: é uma técnica menos comum, na qual os eletrodos são posicionados diretamente no músculo cardíaco por meio de uma agulha inserida através do tórax. É uma técnica invasiva usada em situações específicas.

 

    › Vantagens do Marcapasso Transtorácico:

 

        · Controle preciso;

        · Alternativa em situações específicas.

 

    › Limitações do Marcapasso Transtorácico:

 

        · Muito invasivo;

        · Risco de complicações.

 

 

• Duração da utilização:

 

Um marcapasso cardíaco provisório não é uma solução permanente. Ele é usado até que o problema subjacente seja resolvido. Uma vez que o coração esteja funcionando normalmente, o marcapasso é retirado. O procedimento de remoção é muito menos invasivo do que a inserção.

 

 

• Possíveis complicações:

 

Como qualquer procedimento médico, a utilização de um marcapasso cardíaco provisório pode envolver riscos:

 

    › Infecções de longo prazo: uma das preocupações mais significativas com o uso prolongado de marcapassos cardíacos provisórios é o risco de infecções. Essas infecções podem ocorrer no local da inserção dos fios ou nos eletrodos que entram em contato direto com o coração;

 

    › Fibrose e Estenose Venosa: com o tempo, o contato contínuo dos eletrodos com o tecido cardíaco pode levar ao desenvolvimento de fibrose e estenose venosa. Essas condições podem dificultar futuros procedimentos cardíacos;

 

    › Deslocamento dos eletrodos: o deslocamento dos eletrodos é outra complicação que pode ocorrer a longo prazo. Isso pode resultar em uma estimulação cardíaca ineficaz ou arritmias;

 

    › Perda da função cardíaca natural: o uso prolongado de marcapassos cardíacos provisórios pode levar à atrofia do músculo cardíaco, causando uma perda da função cardíaca natural;

 

    › Reações alérgicas aos materiais: algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas aos materiais usados nos marcapassos, o que pode resultar em inflamação crônica;

 

    › Necessidade de substituição: os marcapassos cardíacos provisórios não são projetados para uso a longo prazo. Portanto, a necessidade de substituição é uma consideração importante;

 

    › Restrições de estilo de vida: pacientes com marcapassos cardíacos provisórios podem enfrentar restrições em seu estilo de vida, como limitações nas atividades físicas.

 

 

• Cuidados pós-inserção:

 

Após a inserção, o paciente precisará seguir algumas orientações específicas:

 

    › Evitar movimentos bruscos: movimentos bruscos podem deslocar os eletrodos; por isso, é importante evitar atividades físicas intensas;

 

    › Acompanhamento médico: o paciente precisará de acompanhamento médico regular para garantir que tudo esteja funcionando como deveria.

 

 

Consulte o médico regularmente. Exames médicos de rotina ajudam a identificar problemas cardíacos precocemente.

 

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.