Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

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O que pode significar sentir Dor torácica?

O que pode significar sentir Dor torácica?

A dor torácica é uma queixa muito comum e é um dos problemas mais comuns nos atendimentos de emergência.

O que é?

 

Dor torácica é a sensação de dor ou desconforto , localizada na região anterior do tórax.

 

Frente a um sintoma de dor, devemos definir os seguintes aspectos: localização, irradiação, característica, duração, fatores precipitantes, fatores que melhoram e pioram a dor e, ainda, os sintomas associados.

 

 

Localização:

 

A dor de origem cardíaca causada pela doença arterial coronariana (angina do peito ou infarto do miocárdio) é localizada na região central do tórax (retroesternal) ou difusa, podendo irradiar-se para outras áreas.

 

A dor de origem cardíaca pode se manifestar apenas em seus possíveis locais de irradiação. Quando falamos em dor torácica de origem cardíaca, subentende-se toda uma área de possível de irradiação, que vai desde a mandíbula até o umbigo, incluindo ambos os braços, a região posterior do tórax, o pescoço, a mandíbula e a boca do estômago. Uma dor torácica anterior, irradiada para ambos os braços, é altamente sugestiva de uma origem coronariana.

 

 

Característica:

 

A dor torácica coronariana é difusa e percebida como um aperto, opressão, pressão ou queimação. A dor torácica, referida como pontadas ou agulhadas, raramente tem origem coronariana.

 

 

Duração:

 

A dor da angina do peito costuma durar de 5 a 20 minutos. Uma dor torácica com características de doença arterial coronariana, mas com duração superior a 20 ou 30 minutos, sugere infarto do miocárdio.

 

A dor torácica que dura segundos ou horas ou ainda, é intermitente (aparece e desaparece várias vezes ao longo do dia), raramente tem como origem a doença arterial coronariana.

 

 

Fatores precipitantes:

 

A dor torácica coronariana costuma ser precipitada pelo exercício físico, estresse emocional ou após uma refeição mais pesada e de difícil digestão.

 

 

Fatores de melhora e piora:

 

A dor torácica coronariana não costuma ter fator de piora, como a palpação do tórax, respiração profunda, mudança na posição do corpo ou movimentação dos braços.

 

Costuma aliviar espontaneamente com o repouso ou com o uso de nitratos (vasodilatadores coronarianos).

 

 

Sintomas associados:

 

A dor torácica coronariana poderá estar acompanhada de falta de ar (dispneia), sudorese, náuseas e vômitos (indicativos de infarto do miocárdio), palpitações e palidez.

 

A presença de tosse, febre, azia e outros sintomas, podem sugerir outras causas para a dor torácica, com doenças respiratórias ou do aparelho digestivo.

 

 

Causas:

 

    • Aneurisma de aorta;

    • Pneumotórax;

    • Derrame pleural;

    • Embolia pulmonar;

    • Pneumonia;

    • Refluxo gastroesofágico;

    • Pericardite (inflamação do pericárdio);

    • Tumores do pulmão ou mediastino;

    • Esofagite (inflamação do esôfago);

    • Espasmo do esôfago;

    • Hipertensão pulmonar;

    • Costocondrite (inflamação das cartilagens que ligam as costelas ao osso esterno);

    • Lesões nas costelas;

    • Lesões musculares;

    • Artrite;

    • Fibromialgia;

    • Herpes zoster;

    • Artrite reumatoide.

 

Além dos órgãos e tecido do tórax, algumas vezes problemas em órgãos do abdômen podem também causar dor torácica, entre eles:

 

    • Colecistite;

    • Gastrite e úlcera péptica;

    • Pancreatite.

 

 

Diagnóstico e tratamento:

 

A dor torácica é uma condição que requer avaliação médica para dignóstico e tratamento adequados.

 

Procure ajuda médica imediata se:

 

    • Sentir pressão, aperto ou dor no peito repentina e intensa;

    • A dor no peito se irradiar para a mandíbula, braço esquerdo ou entre as escápulas;

    • Você tiver náusea, tontura, suor, taquicardia ou dificuldade respiratória;

    • Você souber que tem angina e a dor no peito se intensificar de repente, ou se a dor for causada por atividades mais leves ou durar mais do que o usual;

    • Seus sintomas de angina ocorrerem quando você estiver em repouso;

    • Você tiver uma dor repentina e aguda no peito, com dificuldade para respirar, principalmente depois de uma viagem longa, de um período de cama (por exemplo, após uma cirurgia) ou de outra falta de movimentação, principalmente se uma perna estiver inchada ou mais inchada do que a outra (isso poderia ser um coágulo sanguíneo).

 

Entre os fatores sempre considerados na avaliação da dor torácica, podemos citar:

 

 

Características da dor no peito de que sugerem isquemia cardíaca:

 

    • Ser mais um peso ou uma forte sensação de aperto no peito do que uma propriamente uma dor (é muito comum o paciente descrever a dor encostando o punho fechado em frente ao peito, para mostrar que a dor é em aperto);

    • Ser desencadeado por esforço físico ou estresse emocional;

    • Ser uma dor difusa no lado esquerdo e centro do tórax, frequentemente com irradiação para braço esquerdo, costas e/ou pescoço;

    • Vir acompanhada de suores, falta de ar, palidez ou hipotensão;

    • Vir acompanhada de palpitações;

    • Ser uma dor que dura vários minutos;

    • Ser uma dor que não cede aos analgésicos comuns;

    • Um sinal de extrema gravidade, e que fala a favor de doença cardíaca, é a perda de consciência após o início da dor torácica.

 

 

História clínica do paciente com dores no peito:

 

    • Além das características da dor, os dados clínicos do próprio paciente também são extremamente relevantes;

    • Quanto mais fatores de risco para doença cardiovascular um paciente tiver, maiores as chances de sua dor no peito indicar uma doença mais grave;

    • Os principais fatores de risco para doença cardiovascular que devem ser avaliados em um paciente com dor no peito são:

          • Idade maior que 40 anos;

          • História prévia de doença isquêmica cardíaca;

          • Sedentarismo e dieta rica em gorduras saturadas;

          • Forte história familiar para doença isquêmica cardíaca;

          • Tabagismo;

          • Obesidade;

          • Diabetes mellitus;

          • Hipertensão arterial;

          • Colesterol elevado;

          • Insuficiência renal crônica;

          • Uso de cocaína.

 

 

Incidência no Brasil:

 

Estima-se que cinco a oito milhões de indivíduos com dor no peito ou outros sintomas sugestivos de isquemia miocárdica aguda sejam vistos anualmente nas salas de emergência nos Estados Unidos.

 

No nosso País não existem números ou estimativas da quantidade de atendimentos por dor torácica nas salas de emergência. Baseado no número de atendimentos anuais por dor torácica nos EUA e na proporção populacional entre esse país e o Brasil, e assumindo a mesma prevalência de doença coronariana, poderíamos estimar um quantitativo de 4 milhões de atendimentos anuais por dor torácica no Brasil.

 

 

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein. "Dor Torácica". Autorizado sob licença CC BY-ND 3.0 BR.

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.