Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

Publicações

Notícias e artigos sobre saúde, bem-estar, tratamentos cardiovasculares e medicina preventiva

O que é o Teste ergométrico e para que serve esse exame?

O que é o Teste ergométrico e para que serve esse exame?

Também conhecido como teste de esforço, este exame avalia o funcionamento e o comportamento do sistema cardiovascular.

O teste ergométrico serve para a avaliação ampla do funcionamento cardiovascular, quando submetido a esforço físico gradualmente crescente, em esteira rolante. São observados os sintomas, os comportamentos da frequência cardíaca, da pressão arterial e do eletrocardiograma antes, durante e após o esforço.

 

Os principais objetivos do teste são diagnosticar e avaliar a doença arterial coronária. Avalia também a capacidade funcional cárdiorrespiratória; detecção de arritmias, de anormalidades da pressão arterial e de isquemia miocárdica; avaliar surgimento de sopros, sinais de falência ventricular esquerda e dos eventuais sintomas que podem acompanhar essas disfunções; avaliação funcional de doença cardíaca já conhecida; prescrição de exercícios físicos.

 

Indicações

 

A Diretriz do Departamento de Ergometria e Reabilitação da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre teste de esforço mostra que sua indicação é bastante ampla:

 

    • na Doença Arterial Coronária;

    • na Hipertensão Arterial;

    • nas Arritmias;

    • na população sadia ou aparentemente normal;

    • Indicações especiais.

 

Contraindicações

 

    • Portadores de doença arterial coronária que estão instáveis (sintomas progressivos ou que ocorrem em repouso, angina instável, infarto em evolução) ou que apresentam obstrução no tronco da artéria coronária esquerda ou equivalente;

    • Arritmias não controladas;

    • Miocardites e pericardites agudas;

    • Estenose aórtica grave;

    • Hipertensão arterial grave;

    • Embolia pulmonar;

    • Qualquer enfermidade aguda;

    • Limitação física ou emocional;

    • Intoxicação medicamentosa;

    • Gestação.

 

Preparo

 

    • No dia do exame, após o banho, não utilizar cremes, pomadas ou gel;

    • Vir ou trazer roupa confortável (agasalho/tênis).

    • Não fumar 2 horas antes e 1 hora após o exame;

    • Dieta normal 2 horas antes ou dieta leve 1 h antes do exame; o paciente não deve fazer o exame em jejum;
    • A suspensão de medicação em uso fica a critério do seu médico e na dependência dos objetivos do exame.

 

Quando o objetivo é diagnosticar doença arterial coronária, caso seja possível, recomenda-se suspender medicamentos que possam mascarar as manifestações da doença, como betabloqueadores (atenolol, propranolol, metoprolol etc), inibidores dos canais de cálcio (diltiazem, verapamil) e vasodilatadores coronarianos (dinitrato ou mononitrato de isossorbida, nitroglicerina etc).

 

Recomenda-se ao paciente não expor o tórax desprotegido ao sol, até 72 horas após o exame, pois pode surgir irritação da pele, no local da colocação dos eletrodos.

 

Obs.: Endoscopia digestiva ou Colonoscopia não devem ser realizadas no mesmo dia do teste ergométrico.

 

Como é feito

 

O primeiro passo é coletar dados com o paciente e descritos no pedido médico para definirmos a indicação do exame, afastar contraindicações e estabelecer o protocolo ideal de esforço para cada paciente.

 

A seguir são colocados 10 eletrodos no tórax do paciente para o registro do eletrocardiograma. O paciente é colocado então na esteira rolante iniciando-se o exercício com o protocolo escolhido.

 

A interrupção do exame ocorrerá caso o paciente apresente grande cansaço ou exaustão, sintomas indicativos de anormalidades cardiovasculares, alterações compatíveis com isquemia ou alterações significativas do ritmo cardíaco.

 

Traçados eletrocardiográficos e medida da pressão arterial serão registrados antes do esforço, ao final de cada etapa do exercício e regularmente na recuperação.

 

Quais os critérios utilizados para dizer que o teste foi POSITIVO para presença de isquemia?

 

A interpretação do exame envolve múltiplos fatores: presença de sintomas, os níveis de pressão arterial, o comportamento da frequência cardíaca, a capacidade física, os distúrbios do ritmo cardíaco e as alterações do observadas no eletrocardiograma registrado durante o esforço.

 

Complicações

 

O risco de complicações graves como infarto, arritmias e parada cardíaca é muito baixo e menor do que 1 para cada 20.000 exames realizados.

 

Limitações

 

A sensibilidade (chance de o exame ser positivo quando a doença arterial coronária está presente) e a especificidade (chance do exame ser negativo quando a doença arterial coronária está ausente) do Teste ergométrico situam-se entre 70% e 80%.

 

Algumas vezes, o teste ergométrico pode ser “falso-positivo”, especialmente nas mulheres, sem significar doença arterial coronária obstrutiva.

 

O Teste ergométrico pode ser realizado em associação a outros procedimentos?

 

O Teste ergométrico pode ser associado à realização de exame de Medicina Nuclear (Cintilografia de Perfusão Miocárdica associada ao Teste Ergométrico) e ao Ecocardiograma (Ecocardiografia sob Estresse Físico).

 

 

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein. "Teste ergométrico". Autorizado sob licença CC BY-ND 3.0 BR.

"O conteúdo disponível neste website tem caráter estritamente educativo e informativo. Seus artigos, matérias e notícias visam fornecer informações que possam auxiliar no esclarecimento de dúvidas em relação às medidas preventivas para saúde, exames diagnósticos, tratamentos e a problemas diversos relacionados com a saúde. Não é finalidade deste website, representando o médico Dr. Rodrigo Pereira Paez, a análise, comentário ou emissão de qualquer tipo de diagnóstico. Os conteúdos aqui apresentados não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de médicos, psicólogos e nutricionistas ou outros especialistas. Consulte sempre o seu médico. As imagens fotográficas das publicações, artigos, matérias ou notícias são meramente ilustrativas."

Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.