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Conheça os 10 exames laboratoriais básicos de sangue.

Conheça os 10 exames laboratoriais básicos de sangue.

Existem vários tipos de exames laboratoriais de sangue para avaliar diferentes enfermidades.

O que são exames laboratoriais básicos de sangue?

 

Os exames laboratoriais de sangue destinados a diagnosticar ou monitorar a evolução de cada enfermidade são de quantidade praticamente infindável. Exames específicos para uma determinada patologia só são solicitados diante de uma suspeita clínica fundamentada ou para acompanhamento de uma doença já estabelecida. Afinal, não se pede exame de sangue (ou qualquer outro) sem uma razão plausível.

 

No entanto, certos exames são solicitados quase que de rotina para todas as pessoas que procuram médicos. Em geral, eles fazem parte de um check-up que procura levantar as condições de saúde geral de uma pessoa e visam as alterações mais comuns, além de terem uma função preventiva.

 

Quaisquer que sejam os resultados dos exames de sangue, eles não devem ser tomados como critério absoluto de diagnósticos, e sim devem ser analisados pelo médico em relação com o quadro clínico do paciente.

 

Quais são os exames laboratoriais básicos de sangue?

 

Os exames básicos de sangue mais comumente solicitados são:

 

1. Hemograma

 

Este é, entre todos, o exame de sangue mais solicitado e realizado. Mede o número de células no sangue, incluindo glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Também permite conhecer eventuais alterações morfológicas dessas células. Este exame é usado para determinar o estado geral de saúde, rastrear transtornos e avaliar o estado nutricional. Pode ajudar a avaliar sintomas como fraqueza, fadiga e manchas negras na pele e pode ajudar a diagnosticar condições como anemia, leucemia, malária e infecções.

 

2. Colesterol

 

Sempre que um teste de colesterol é feito, há muitos fatores a considerar para uma interpretação individualizada. Estes fatores incluem sexo, idade, histórico de tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e histórico de saúde da família. A medida do colesterol total reflete a soma de todas as partes do perfil lipídico.

 

Nem toda fração do colesterol é ruim. O HDL representa o “bom” colesterol e, assim, quanto maior a taxa sanguínea desse colesterol, melhor. Ele é produzido pelo corpo e não é afetado pela dieta. O LDL reflete os níveis do colesterol “ruim”, embora, em geral, para qualquer LDL abaixo de 190, nenhum medicamento é necessário, a menos que a pessoa tenha outros fatores de risco cardiovascular.

 

3. Triglicerídeos

 

Os triglicerídeos são um componente do colesterol envolvido no armazenamento de açúcar e gordura no fígado. Os triglicerídeos altos contribuem para um aumento do risco de ataque cardíaco, derrame cerebral e outros problemas de saúde. Os níveis sanguíneos de triglicerídeos sofrem uma grande influência da dieta, exercício e genética.

 

4. Glicemia de jejum

 

A glicemia de jejum é importante para o diagnóstico ou controle do tratamento do diabetes mellitus. Ela deve ser medida após um jejum mínimo de 8 horas. Valores menores que 100 mg/dl são normais. Valores entre 100 e 125 mg/dl são considerados indicadores de pré-diabetes. Valores acima de 126 mg/dl são compatíveis com diabetes. Há outras medidas, mais sofisticadas e mais precisas, que complementam a avaliação e o estudo do comportamento da glicose sanguínea, tais como curva glicêmica, glicemia pós-prandial e hemoglobina glicosilada.

 

5. Ureia e creatinina

 

A análise da ureia e da creatinina, quase sempre medidas juntas, avalia a função dos rins. Os valores obtidos são usados para cálculos do volume de sangue filtrado pelos rins a cada minuto ou “taxa de filtração glomerular”. Os valores aumentados de ureia e creatinina indicam diminuição da filtração pelo rim e, se menores que 60 ml/minuto, indicam insuficiência renal.

 

6. Ácido úrico

 

O ácido úrico é um produto da degradação metabólica da purina e é um componente normal da urina. Concentrações sanguíneas elevadas de ácido úrico podem levar à gota e estão associadas a outras condições médicas, incluindo diabetes e formação de cálculos renais de urato de amônio e ácido. A faixa de concentração normal de ácido úrico no sangue humano é de 25 a 80 mg/L para homens e de 15 a 60 mg/L para mulheres. Em humanos, cerca de 70% da eliminação diária de ácido úrico ocorre pelos rins e, em 5 a 25% dos seres humanos, a excreção renal prejudicada leva à hiperuricemia.

 

7. TGO e TGP

 

A TGO (transaminase glutâmico oxalacético) e a TGP (transaminase glutâmico pirúvica), chamadas também simplesmente de transaminases, são exames utilizados para avaliar as funções do fígado. A gama normal de valores para a TGO é de 5 a 40 unidades por litro de soro e para a TGP é de 7 a 56 unidades por litro de soro. Valores elevados indicam lesão das células hepáticas e traduzem algum tipo de hepatite, seja medicamentosa, isquêmica ou viral.

 

8. Eletrólitos

 

Os eletrólitos como o sódio, cálcio, potássio e fósforo são essenciais à vida em taxas normais. Valores elevados ou diminuídos devem ser investigados e tratados, pois podem trazer risco de morte se estiverem muito alterados. As alterações dos eletrólitos do sangue podem resultar em diarreia, vômitos, desidratação e insuficiência renal.

 

9. TSH e T4

 

O TSH (Thyroid Stimulating Hormone) e o T4 (hormônio tiroxina), também usualmente medidos ao mesmo tempo, são análises solicitadas para avaliar o funcionamento da tireoide, um pequeno órgão que se encontra na região anterior do pescoço e controla o metabolismo. É através desses dois exames que o hipertireoidismo e o hipotireodismo são diagnosticados e controlados. Os valores normais de TSH variam de 0,4 a 4,5 mU/L (miliunidades por litro) e do T4 livre de 0,7 a 1,8 ng/dl (nanogramas por decilitro).

 

10. PSA (Prostatic Specific Antigen)

 

O PSA é uma proteína que costuma estar elevada nos casos de câncer da próstata ou prostatites. O aumento do tamanho da próstata provocada pela idade, chamada de hiperplasia benigna da próstata, também pode elevar o PSA, mas não nos níveis da neoplasia. Geralmente quando o câncer de próstata está presente, o nível do PSA está acima de 4 ng/ml. Entretanto, um nível mais alto pode não indicar câncer, da mesma forma que um valor abaixo do valor normal não significa que o câncer não exista.

 

 

Fonte: ABCMED, 2019. "Exames laboratoriais básicos de sangue". Autorizado sob licença CC BY-ND 3.0 BR.

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.