Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular

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Cardiopatias na infância e adolescência.

Cardiopatias na infância e adolescência.

Problemas no coração surgem somente em idosos?

Oito em cada 1000 crianças nascem com problemas cardíacos e precisam ser operadas logo nos primeiros anos de vida. Dentre as chamadas cardiopatias congênitas, as mais comuns são as conhecidas como C.I.A., comunicação inter-atrial, e C.I.V., comunicação inter-ventricular. Ambas referem-se a existência de passagens entre as câmaras do coração, permitindo o fluxo de sangue entre elas. O tratamento envolve a colocação de uma prótese que impedirá a comunicação entre os dois lados. Além de fatores genéticos, esses tipos de problemas podem ser causados por complicações com a mãe durante a gravidez, como infecção por rubéola, diabetes ou pelo uso de alguns medicamentos.

Entre as chamadas cardiopatias adquiridas, as mais comuns são a febre reumática e a hipertensão. A febre reumática é uma doença séria que atinge principalmente crianças na faixa dos 5 aos 15 anos. Começa com uma dor de garganta, causada por uma infecção pela bactéria Streptococcus Pyogenes. Em seguida, devido a um distúrbio autoimune que nem todas as pessoas desenvolvem, os anticorpos produzidos pelo corpo, ao invés de atacarem a bactéria invasora, agridem o próprio organismo, principalmente o coração, as articulações e o sistema nervoso. Por isso, é muito importante que se faça o tratamento correto enquanto o problema ainda está localizado apenas na garganta. Se não for bem tratada, a febre reumática pode causar graves lesões nas válvulas do coração, que precisarão de cirurgias de reconstituição ou da troca por próteses.

A hipertensão é um problema muito comum nos dias de hoje, que pode levar a doenças mais sérias, como a aterosclerose e o infarto agudo do miocárdio. Apesar da adolescência ser a fase em que o coração desperta para os sentimentos, não é esse o tipo de tensão que pode trazer problemas para o jovem. Um dos fatores responsáveis pela hipertensão é o colesterol, uma gordura presente no sangue que, em grandes concentrações, pode se acumular nas paredes das artérias, diminuindo o espaço de passagem do sangue e aumentando a pressão sanguínea. Durante muito tempo acreditava-se que o aumento do colesterol só começava na terceira década de vida, mas atualmente já se sabe que, desde os dois anos, pode haver uma elevação nos níveis de colesterol no sangue. Assim, para que não haja complicações no futuro, é recomendado que se controle a pressão sanguínea desde cedo.

Mas o colesterol não é o único vilão dessa história. Não praticar esportes, comer muita gordura e não ter uma dieta balanceada, fumar, ficar gordinho além da conta - tudo isso também contribui para o aumento da pressão arterial e são fatores de risco para a aterosclerose, que é a degeneração e o endurecimento da parede das artérias, normalmente flexíveis. Assim, quando o sangue flui através das artérias endurecidas, a pressão elevada prejudica os tecidos de vários órgãos, como rins e cérebro.

Como aqueles maus hábitos citados acima têm se tornado cada vez mais comuns na nossa sociedade, é preocupante o número de crianças e adolescentes hipertensos. O estresse, outro vilão da sociedade moderna, também tem atingido os jovens e contribuído para o crescimento de casos de problemas cardíacos.

A prevenção é a melhor maneira de se combater a hipertensão e uma futura aterosclerose. Praticar exercícios, ter uma alimentação mais saudável, controlar o peso e o colesterol, não fumar - estas são medidas simples que ajudam a manter o coração sadio. Já o tratamento para a hipertensão envolve uma mudança nos hábitos do jovem. Por isso, é fundamental o acompanhamento de uma equipe que envolva médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais. Seguindo esses conselhos, nenhuma paixão será problema para o seu coração.

 

 

Fonte: Empresa Brasil de Comunicação S/A - EBC / Agência Brasil. "Cuide bem do seu coração". Por: Irene Cavaliere. Conteúdo editado. https://goo.gl/99k6dB

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Rodrigo Paez

Rodrigo Paez

Formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Escola Paulista de Medicina e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos. Adepto da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é pesquisador do estudo multicêntrico Bypass, que reune os melhores centros de cirurgia cardíaca do Brasil.